sábado, 12 de junho de 2010

Caindo em espiral no vácuo

É incrível e apavorante, mas não sei descrever nesse momento a tristeza que sinto. Sinto um vazio, um vazio tão grande no meio, algo que agoniza, que corta, que dói. Minha cabeça devaneia, voa longe. O mundo e o fato de eu estar nele parece não ter sentido, parece-me que tenho medo de viver.
Me ocupo coisas poucas e com devaneios irreais que me fazem sofrer, e sofrer muito, mas não consigo excluir tais pensamentos de minha cabeça. O ócio parece deixar-me doente, sem vontade de nada fazer... como agora que estou no bar escrevendo essas reminiscências quando deveria, em verdade, estar escrevendo minha tese de doutorado.
Nesse vazio de algo que parece que está por vir a cabeça pensa coisas mil e medos que temos desde muito tornam-se monstros com os quais passamos a ter que conviver. Não gosto dos monstros que criei, nem quero conviver com eles. Quero libertar-me, mas sinto-me sem forças e tomado pela dor agonizante de sentir-se só, deslocado, sem causa ou porque.
Meus olhos se enchem de lágrimas mas o choro não sai. Meu peito estufa-se na vontade de gritar, mas nem um breve sibilar soturno se faz presente. Preciso reagir, mas não sei exatamente como pois, se não reagir, sinto que vou estagnar. E, parar no tempo.
Pela janela as pessoas vão e vêm num movimento caótico e desordenado, rumam para todos os lados e para lugar nenhum. Rumam para todos os lados, mas as vezes não saem do lugar. E um vai-e-vem que foi, e agora, já é.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ao cair da tarde...

Ao cair da tarde os monstros que criamos começam a sair da escuridão cheios de vida e força, e nós, exauridos e assustados não sabemos como detê-los, como fugir deles, como não deixar que nos afetem.
Viver no mundo moderno é uma luta constante contra si mesmo e o mundo. É viver na incerteza daquilo que comumente se chamou de modernidade líquida. E, é, essa fluidez que nos escapa por entre os dedos que nos assusta pois, ao mesmo tempo que temos tudo, não temos nada.
Não acreditamos em nada, não temos mais utopias. Os sonhos acabaram mas a vida não e, então, o que fazer, se como diria John Lennon em uma de suas canções: você ainda pode sonhar...Mas sonhar com o que e para quê? Essa é a grande questão!

Pensar...



As vezes o mundo tenta nos pregar algumas peças. Nossa mente nos engana e somos ludibriados por nós mesmos. Nesse momento ficamos no limiar da fronteira do real e do irreal. Este, um lugar assustador aos neófitos que por ali passam. É hora de tomar as rédeas do mundo na tua mão e conduzir o corcel negro pelos caminhos que deseja e não mais ficar ao belprazer de teu cicerone e dos  caminhos que vais a percorrer. Lutar se for preciso, mas nunca se entregar e desistir pois a vitória se conquista aos poucos. Recuar, só se for para pegar impulso. No limiar entre o presente que se passa e o passado que passou o futuro se descortina a nossa frente tenaz e indomado. Não podemos ter medo do futuro pois este é o resultado de nossas escolhas passadas e presentes, é fruto que não cai longe da árvore, é a semente que germina a sombra protetora de seus antepassados.